... da totalidade das coisas e dos seres, do total das coisas e dos seres, do que é objeto de todo o discurso, da totalidade das coisas concretas ou abstratas, sem faltar nenhuma, de todos os atributos e qualidades, de todas as pessoas, de todo mundo, do que é importante, do que é essencial, do que realmente conta...
Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano IV Número 41 - Maio 2012

TUDA

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Revista de Poesia, Literatura & Artes, desde Janeiro de 2009.

Editorial

Edvard Munch - The Scream, 1893. Tempera and pastel on board

"Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim, chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar"

Torquato Neto, em nota suicída de 10/11/1972.


Neste mês TUDA pergunta - em retórica - se seria a mente perturbada singularmente perspicaz e criativa; se ela carrega - ou proporciona - alguma química que exerça influência nos processos criativos, ou mesmo os crie. Aristóteles uma vez perguntou por que os homens que se destacavam em filosofia, diplomacia, poesia e artes eram melancólicos - Sócrates, segundo Platão, era depressivo!

Tal fato já "perturba" a humanidade há tempos, e de alguma forma a pergunta persiste nos dias de hoje. Estudiosos das áreas humanas e das ciências tentam compreender como doenças psiquiátricas - sejam transtornos afetivos, maníaco-depressivos, ou depressão - podem estar ligadas à capacidade criativa de algumas pessoas. Apesar de já ter se identificado uma incidência relativamente alta desses distúrbios em comunidades artísticas, seus efeitos na produção criativa ainda são obscuros e pouco conclusivos.

Embora a abordagem pareça um pouco "deprimente" ou "perturbadora", TUDA foi beber um pouco nesse tema, e trás alguns artistas declaradamente perturbados, cujos trabalhos, podemos dizer, foram moldados pelos sintomas de um distúrbio mental ou pelos efeitos de seu tratamento. É o caso da escritora Portuguesa Adília Lopes, que devido a uma psicose esquizo-afetiva, por conselho médico virou escritora. O pintor Americano Jackson Pollock, que sofria de depressão e alcoolismo. Os pintores Edvard Munch (Noruega) e Claude Monet (França). As poetas Alejandra Pizarnik (Argentina) e Ana Cristina Cesar (Brasil), que cometeram suicídio ainda na casa dos 30 anos. Torquato Neto, citado na nota inicial, que se matou aos 28 anos.

E são tantos...

É isso aí companheiros, na suja LabUTA do cotidiano, que embora seja mais pesaroso para uns do que para outros, devagar & sempre chega-se lá. Não há fim que justifique um meio, e está pra nascer quem explique ou entenda como pôr um fim em tudo pode ser a melhor solução do sujeito - só por hoje - qual jeito? Não basta viver... essencial é saber como! Mas não te falam isso, falam? Sempre terá quem não capte a mensagem sozinho...

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"Seja como flor", diria o grande Arnaldo Xavier!
E TUDA de bom!

Eduardo Miranda
O (auto-proclamado) Editor