... da totalidade das coisas e dos seres, do total das coisas e dos seres, do que é objeto de todo o discurso, da totalidade das coisas concretas ou abstratas, sem faltar nenhuma, de todos os atributos e qualidades, de todas as pessoas, de todo mundo, do que é importante, do que é essencial, do que realmente conta...
Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano IV Número 41 - Maio 2012

TUDA

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Revista de Poesia, Literatura & Artes, desde Janeiro de 2009.

Tradução - Eduardo Miranda


Alejandra Pizarnik, nasceu em Buenos Aires em 29 de Abril de 1936, de pais imigrantes do Leste Europeu. Estudou filosofia e literatura na Universidade de Buenos Aires e, mais tarde, pintura com Juan Batlle Planas. Entre 1960 e 1964 viveu em Paris, onde colaborou em vários jornais e revistas com seus poemas e suas traduções de Antonin Artaud, Henri Michaux, Aimé Césaire, e Yves Bonnefoy. Estudou história, religião e literatura francesa na Sorbonne. É uma das vozes mais representativas da geração dos anos 60 e é considerada uma das poetas lírica e surrealista mais importante da Argentina. Em 1968 ela recebeu uma bolsa da Fundação Guggenheim e outra bolsa em 1971 da Fulbright. Sua poesia está representada nas obras "La Tierra Más Ajena" de 1955, "La Última Inocencia" de 1956, "Las Aventuras Perdidas" de 1958, "Árbol de Diana" de 1962, "Los Trabajos Y Las Noches" de 1965, "Extracción De La Piedra De Locura" de 1968, "El Infierno Musical" de 1971 e "Textos De Sombra Y Últimos Poemas", publicação póstuma de 1982. Em 25 de Setembro de 1972, passando o fim de semana fora da clínica psiquiátrica onde hava sido admitida, Pizarnik morreu de uma overdose intencional de Seconal.
The Park, oil painting on panel by Cyn McCurry

Sózinha no Quarto - Alejandra Pizarnik

Se te atreves a surpreender
a verdade dessa velha parede;
e suas rachaduras, seus rasgos,
formando rostos, esfinges,
mãos, ampulhetas,
certamente virá
uma entidade para tua sede,
provávelmente partirá
esta ausência que te bebe.

Quarto Solo

Si te atreves a sorprender
la verdad de esta vieja pared;
y sus fisuras, desgarraduras,
formando rostros, esfinges,
manos, clepsidras,
seguramente vendrá
una presencia para tu sed,
probablemente partirá
esta ausencia que te bebe.